O salvamento de Jeremias
Jeremias 26:16-17
16 Então, disseram os príncipes e todo o povo aos sacerdotes e aos
profetas: Este homem não é réu de morte, porque em nome do SENHOR, nosso
Deus, nos falou. 17 Também se levantaram alguns dentre os anciãos da
terra e falaram a toda a congregação do povo, dizendo:
Jeremias estava a ser acusado traição contra a cidade e por isso os
sacerdotes e os profetas reuniram-se com os príncipes e com os anciãos
do povo a fim de o condenarem á morte.
Aqueles que deviam exercer um ministério espiritual, e buscarem
fervorosamente conhecer a vontade de Deus, foram precisamente aqueles
que mais desejavam calar Jeremias.
O que terá levado estes homens a tão grande cegueira espiritual? Será
que sentiam o seu lugar ministerial em perigo? Será que as palavras de
Deus eram assim tão duras de se ouvir?
No tempo de Jesus quando a classe sacerdotal também quis a sua morte,
Jesus mostrou a razão de tal tomada de decisão, a resposta foi:
João 5:39-40
39 Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e
são elas mesmas que testificam de mim. 40 Contudo, não quereis vir a mim
para terdes vida.
A razão pela qual a classe religiosa no tempo de Jesus não o aceitou,
foi precisamente por causa da sua “VONTADE” foi uma questão de escolha,
não quiseram ouvir e aceitar Jesus como um enviado do pai.
Com Jeremias a escolha foi a mesma, ouviram mas a sua vontade estava a
cima da palavra do profeta, por isso o desejo de o fazer calar para
sempre.
Perante este desejo de o eliminar, Jeremias vai fazer um alerta:
Jeremias 26:14-15
14 Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim o que for
bom e reto segundo vos parecer. 15 Sabei, porém, com certeza que, se me
matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, sobre esta cidade e
sobre os seus moradores; porque, na verdade, o SENHOR me enviou a vós
outros, para me ouvirdes dizer-vos estas palavras.
Jeremias sentia-se confiante, e estava firme, fosse qual fosse a decisão do povo.
Perante estes factos, houve bom senso por parte de algumas pessoas,
poderíamos pensar que seriam alguns chefes espirituais, mas pelo
contrário essa ponderávamos na sentença veio por meio dos anciãos da
cidade e dos príncipes:
Jeremias 26:16
16 Então, disseram os príncipes e todo o povo aos sacerdotes e aos
profetas: Este homem não é réu de morte, porque em nome do SENHOR, nosso
Deus, nos falou.
E se realmente Jeremias estava a falar em nome de Deus! E se realmente Deus lhes tivesse a dar uma última oportunidade!
Afinal de contas eles não estariam a lutar contra um homem
desequilibrado que inventou uma série de profecias malucas, mas estariam
em oposição directa à vontade de Deus.
Como saberiam se o profeta era verdadeiro ou não? Se deviam ouvi-lo ou
não? Se fossemos nós, como saberíamos? Que lado escolheríamos?
Vamos tentar dar esta resposta mais à frente.
Os príncipes e anciãos do povo foram então buscar dois exemplos vividos
pelo povo num passado recente, o primeiro é do profeta Miqueias um
século antes:
Jeremias 26:18-19
18 Miquéias, o morastita, profetizou nos dias de Ezequias, rei de Judá, e
falou a todo o povo de Judá, dizendo: Assim disse o SENHOR dos
Exércitos: Sião será lavrada como um campo, Jerusalém se tornará em
montões de ruínas, e o monte do templo, numa colina coberta de mato. 19
Mataram-no, acaso, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes, não
temeu este ao SENHOR, não implorou o favor do SENHOR? E o SENHOR não se
arrependeu do mal que falara contra eles? E traríamos nós tão grande mal
sobre a nossa alma?
O profeta Miqueias tinha sido enviado por Deus para condenar os ricos
por explorarem os pobres. Denuncia os governantes, chefes e ricos das
cidades de Jerusalém e Samaria. Estes estavam roubando o povo através da
língua enganosa, com armadilhas, exigiam presentes e subornos. Miquéias
também denunciou a cobiça, os ganhos imorais, a maldade planeada, a
balança desonesta e o crime organizado.
Aqui o povo foi buscar um exemplo parecido com o que eles estavam a
viver. E a resposta foi ouvir o profeta e aceitar a admoestação e
arrependerem-se. Deus neste caso poupou Ezequias.
O outro exemplo agora negativo foi o do profeta Urias:
Jeremias 26:20-23
20 Também houve outro homem, Urias, filho de Semaías, de
Quiriate-Jearim, que profetizava em nome do SENHOR e profetizou contra
esta cidade e contra esta terra, segundo todas as palavras de Jeremias.
21 Ouvindo o rei Jeoaquim, e todos os seus valentes, e todos os
príncipes as suas palavras, procurou o rei matá-lo; mas, ouvindo isto
Urias, temeu, fugiu e foi para o Egito. 22 O rei Jeoaquim, porém, enviou
a Elnatã, filho de Acbor, ao Egito e com ele outros homens. 23 Eles
tiraram a Urias do Egito e o trouxeram ao rei Jeoaquim; este mandou
feri-lo à espada e lançar-lhe o cadáver nas sepulturas da plebe.
Não se sabe muito sobre o profeta, no entanto sabemos que foi
contemporâneo de Jeremias, mas que não teve a mesma sorte de Jeremias,
pois fora perseguido e morto por Josquim.
Provavelmente aqui o exemplo foi dado no sentido de mostrar que
juntamente com Jeremias Deus tinha enviado outro profeta com a mesma
mensagem, e isso devi ser levado em consideração.
Percebemos nestes episódio que Jeremias acabou por ser salvo por um tal de Aicão:
Jeremias 26:24
24 Porém a influência de Aicão, filho de Safã, protegeu a Jeremias, para que o não entregassem nas mãos do povo, para ser morto.
Pelos vistos só um homem se posicionou livrando o profeta, não sabemos
se houve mais que se posicionaram, mas o mais relevante é que como Aicão
outros deviam também sector feito a sua escolha.
Aicão percebeu que nem sempre a maioria tem razão. Reconheceu que a vontade humana se opunha à vontade de Deus.
Provavelmente este homem percebeu a sua condição perante Deus, e aceitou humildemente a reprovação de Deus.
No tempo de Jesus quando os discípulos começaram a ser perseguidos por
anunciar as boas novas da salvação e de Jesus ressurrecto, houve um
mestre chamado Gamaliel que alertou toda a classe religiosa dizendo:
Atos 5:33-39
O parecer de Gamaliel
33 Eles, porém, ouvindo, se enfureceram e queriam matá-los. 34 Mas,
levantando-se no Sinédrio um fariseu, chamado Gamaliel, mestre da lei,
acatado por todo o povo, mandou retirar os homens, por um pouco, 35 e
lhes disse: Israelitas, atentai bem no que ides fazer a estes homens. 36
Porque, antes destes dias, se levantou Teudas, insinuando ser ele
alguma coisa, ao qual se agregaram cerca de quatrocentos homens; mas ele
foi morto, e todos quantos lhe prestavam obediência se dispersaram e
deram em nada. 37 Depois desse, levantou-se Judas, o galileu, nos dias
do recenseamento, e levou muitos consigo; também este pereceu, e todos
quantos lhe obedeciam foram dispersos. 38 Agora, vos digo: dai de mão a
estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de
homens, perecerá; 39 mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para
que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram
com ele.
Gamaliel também deu dois exemplos querendo mostrar que se os apóstolos
falavam a verdade os sacerdotes podiam estar a lutar contra Deus.
No entanto existe uma falácia nesta argumentação, é que nem sempre
aquilo que não vem de Deus cai, basta olharmos para certas religiões que
sendo falsas porque não pregam a verdade estão cá já à muitos anos.
Gamaliel peca, por não tomar uma decisão por Cristo, ele também poderia
ter feito a escolha certa, mas preferiu acomodar-se, lavar as mãos, e
prosseguir na sua vontade.
Hoje também podemos correr o risco de não tomarmos posições, no entanto
na dimensão espiritual isso não pode acontecer, não escolher por Deus
estamos inevitavelmente do lado de satanás.
Sejamos corajosos e sejamos como o Aicão, escolhendo a verdade
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